06 dezembro 2010

Eivissa, oportunidades e esplêndida natureza.


Águas Brancas.



Como muitos que vão se aventurar por terras do velho continente, tive que buscar uma maneira de me sustentar por aqui, enquanto cursava o mestrado. Com a crise económica fortemente sentida nas Ilhas Canárias, e com trabalho só aos finais de semana em uma cervejaria de Las Palmas, aliado, claro, a falta de ondas no verão europeu, decidi tentar a sorte em outra ilha turística, Ibiza.

Depois de uma breve passagem por Barcelona, ancorei na segunda maior e mais badalada ilha das Baleares. Eivissa, como se escreve na língua local, o ibizenco, é também a capital da ilha, que, junto com San Antoní e Sant Elália, são as cidades mais importantes economicamente, concentrando maioritariamente as infraestruturas turísticas, como bares, discotecas, restaurantes e hotéis.

Com muito empenho, e sorte também, logo consegui "frees" em bares, em seguida um fixo em um restaurante na Playa Dem' Bossa, a mais conhecida da cidade.

Santa Eulália.
Ibiza possui uma diversidade de praias fascinantes, entre "calas" (pequenas praias de pedras) paradisíacas e poucos banhistas, a belas e lotadas praias de areia fina, água sempre cristalina e quente, sempre dotadas de bares e restaurantes de qualidade, o que é indispensável para a forte demanda de turistas que aterrisam todos os dias de todos os lugares do mundo.

A ilha possui uma forte ocupação urbana na franja costeira. Entre hotéis luxuosos a "chiringuitos" (quiosques) na beira da praia, muitas vezes em cima das dunas ou em costões rochosos. Com o pesar que estas características sejam indispensáveis para atender a forte demanda turística, percebo que em determinadas ocasiões e localidades, como aqui, é necessário "sacrificar" alguns espaços naturais, logicamente associado a medidas de mitigação ambiental. Isso porque a economia de Ibiza é baseada quase que exclusivamente da atividade turística, ademais de forma sazonal, onde precisam maximizar lucros na temporada de verão, para se sustentarem o restante do ano, igual a muitos locais do Brasil.

Porto de Ibiza.

Com uma densa e seca vegetação de bosque Mediterâneo, condicionada por baixa pluviosidade, a ilha é repleta de pinus nativos (o que dá o nome de Islas Pitiusas a Ibiza e Formenteira), com uma rica biodiversidade marinha e terrestres e vários endemismos, como a "Lagartija de las Pitiusas", símbolo da ilha. Com inúmeras áreas de proteção ambiental, dentre os reserva de Ses Salinas de Ibiza e Formentera, Benirrás e Es Vedrá. Esta última, um capítulo a parte, quanto ao seu misterioso poder magnético atribuído, declarado por cientistas como um dos pontos de maior magnetismo do planeta, o que atrairia fenómenos astronómicos únicos e quiçá, forças extraterrestres.
Ses Salinas.

Contudo, Ibiza consegue gerenciar com qualidade esta explosão demográfica sazonal, mantendo a qualidade ambiental e os serviços urbanos prestados. Com um bom transporte público, que é pontualmente aumentado em frequência e quantidade de ônibus, além de uma alto de investirem e promoverem o uso de bicicletas, pois as distâncias entre as praias centrais são pequenas e planas, ideais para as "magrelas". Serviço e gestão de resíduos urbanos e reciclagem bem elaborados e distribuídos pelo território. Ibiza preza muito pela qualidade de suas praias e áreas naturais, pois, logicamente são seus maiores atrativos, intervindo sempre em sua melhoria, fiscalização e monitoramento.


Neste contexto, nota-se que o gerenciamento deste espaço costeiro é mutuamente rica e complexa. Se tratando de um dos espaços mais turísticos de todo o mundo, com muitos interesses económicos envolvidos e fortuitamente, ricas áreas naturais. Há necessidade continua de manutenção desta qualidade ambiental e dos serviços turísticos associados, através do desenvolvimento e concretização de estratégias sustentáveis, como conscientização dos turistas e ordenamento territorial efetivo.

Es Vedrá.

07 junho 2010

Acordei para buscar trabalho, acabei surfando um clássico!


Simplesmente com este título do post, descrevo bem como foi essa segunda feira alucinante nas Ilhas Canárias. Assim é a Vida.

Voltei de Madrí no sábado pela manhã, depois de uma semana incrível de tapas y cañas com grandes amigos, que não via faz tempo. Do calor de 30° de Madrí, cheguei novamente a terra da eterna primavera, em Las Palmas de Gran Canaria.

Fazia tempo que não rolavam boas ondas por estes lados da Macaronesia, depois de um inverno com altas, a primavera ventosa não contribuiu muito, fazer o quê. Pois não é que resolveram aparecer bem no dia/semana que eu tinha focado para buscar o meu outro ganha pão!

As previsões eram boas pro sul da ilha, na praia de Maspalomas, onde é raro quebrar com tamanho. Logo, ao meio dia meus amigos Helios, italiano, e Iñigo, espanhol, me contataram. Barca feita, partimos pro destino pré determinando. Sul da ilha, com clima oposto de Las Palmas, que fica no norte. Um lindo dia nos esperava, mas com bastante vento também. Chegando lá, pouquíssimas ondas, frustrante. Surf de meia hora pra pegar umas direitas na rasa bancada de pedra.

Partimos de volta à casa ainda com a esperança de encontra-las. E quando olhávamos para a costa, ao lado do espaço natural protegido, da cratera do vulcão de Arinaga, nos chamou a atenção um porto que não conhecíamos. E aí quando brilha o espírito go search. Dentro do porto surge, de longe, uma só onda, penteada fortemente pelo terral. Que visual. Comentamos perplexos "¿chacho, has visto lo que ví?". Meia volta um pouco complicada com o carro pela av. expressa, algumas perguntas à moradores da região de como chegar, e pimba.

Uma paisagem peculiar. Muitas turbinas de energia eólica, uma planta depuradora de resíduos que deixava um cheiro raro no ar pelo vento off shore, três barcos gigantes ancorados no porto e alguns windsurfistas. Resultado, duas horas de uma queda clássica, bem ao estilo Canário de ondas, recheada de tubos, vento fortíssimo e uma rasa bancada de pedra, com meio metro de profundidade, o que renderam alguns belos cortes nos pés. O restante deixo que as fotos falem por si só, pois como diz o ditado, uma imagem vale por mil palavras!

Ah, e claro, a busca do trabalho continua essa semana!

Venga!













02 fevereiro 2010

Impresiones Canarias








Depois de algum tempo sem novidades no Mundo Jalapeño... volto a relatar experiências e histórias, desde uma pequena ilha no oceano Atlântico, mais precisamente em Las Palmas de Gran Canaria, en el Archipiélago Canario.

Ilhas Canarias é um arquipélago de muita miscigenação étnica e cultural, o que reflete no modo de vida da população: alegre, festeiro mas também trabalhador. Uma grande peculiaridade da região é que politicamente é espanhol, geograficamente é africano (a 70km de Marrocos), e culturalmente é latino americano, dada influência principalmente venezuelana e cubana.

Vale, pero como vine parar en el medio del Atlântico?
Aterrisei nesta ilhota no início de novembro 09, para cursar um mestrado em Gestão Costeira, na Universidade de Las Palmas de Gran Canaria, nada mais em sintonia com o local elegido: sustentabilidade entre belezas naturais e costeiras, associado a um modelo de desenvolvimento socioecômico de "qualidade" europeia.

A ilha de Gran Canaria é a mais povoada do arquipélago, e a 7ª da Espanha, tem cerca de 850 mil hab. Diferente de Floripa, esta ilha tem uma forma mais arredondada, possuindo como pico símbolo, o Roque Nuble de a 1.849 m. Sua origem geológica é vulcânica, característica presente em todas suas paisagens, desde pequenos a grandes cones vulcânicos. Em sua linha de costa e seu entorno a vegetação apresenta aspecto árido, com pequenos arbustos e muitas Palmeiras, um dos símbolos da capital Las Palmas (Palmeiras), já dentro dos vales e em altitudes mais elevadas é mais densa, sendo notável áreas cobertas por uma espécie de Pinus, autóctonos da ilha.

Um ponto ainda não relatado, mas não menos importante, é a alta qualidade do surf, lógico. Gran Canaria possui diversos picos espalhados, principalmente ao norte da ilha, sua maioria point breack e lava vulcânica, mas alguns con fundo de areia também.

Neste princípio pude aproveitar alguns picos como La Cícer e as direitas perfeitas de El Lloret e El Confital, que ficam dentro da capital. No norte da ilha destacam-se Boquines, a esquerda de El Roque e o mosntrusoso El Frontón. Este último, um tubo pesado, tipo The Box (WA), quase só surfado por bodyboarders, como também a maior parte do crowd na ilha.

No sul, o famoso parque de dunas de Maspalomas, maior ponto turístico da ilha, abriga uma longa direita point breack, que quebra com menos frequência, mas quando rola, sua qualidade é incrível, tubos e muitas manobras!

Taí um belo pico pra quem estiver afim de fazer algum curso fora, de passagem em uma ponte aérea para península europeia ou mesmo África, ou simplesmente de vacaciones, ta valendo!!

Saludos muchachos!